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22.2.09

O escapulário, defesa contra o demônio


Chamada à vida religiosa, uma jovem, antes de entrar no convento, foi ter com o Santo Cura d’Ars para fazer-lhe uma confissão geral de toda a sua vida.
Terminada a confissão, o Padre disse-lhe:
─ Deves lembrar-te ainda, minha filha, de um baile no qual estiveste com um moço desconhecido por todos, mas com maneiras tão distintas que parecia tornar-se o herói da festa.─ Perfeitamente. Lembro-me bem, Sr. Padre.─ Pois bem. Muito o invejaste, porém não te deu o menor olhar, e bailou com as outras moças. Quando ele passou o umbral da porta para ir-se embora, reparaste em duas chamas azuis debaixo de seus pés, que tomaste por uma ilusão enganadora.─ É exatamente assim, Sr. Padre.─ Aquele moço, minha filha, era um demônio. Todas aquelas com quem bailou têm um pé no inferno. Sabes o motivo pelo qual te desprezou? É porque estavas revestida do escapulário de Nossa Senhora, que trazes como proteção.
(Anais do Carmo - Ano de 1881, p. 199)

Minha Mãe Santíssima – Santo Afonso Maria de Ligório




Como é possível, ó Maria, minha Mãe Santíssima, que, tendo uma Mãe tão santa, tenha eu sido tão mau?
Uma Mãe que toda arde no amor para com Deus, e eu ame as criaturas? Uma Mãe tão rica de virtudes, e que delas seja eu tão pobre? Ó Mãe amabilíssima, já não mereço, é verdade, ser o vosso filho, porque de o ser me tenho feito indigno com a minhas culpas. Contento-me, pois, com que me aceiteis por vosso servo. Para ser o último de vossos servos, pronto estaria a renunciar a todos os reinos da terra.
Sim, com este favor me contento. Entretanto, não me recuseis o de vos chamar também minha Mãe.Este nome consola-me, enternece-me, recorda-me o quanto sou obrigado a vos amar. Inspira-me também grande confiança em vós. Quando a lembrança dos meus pecados e da justiça divina me enche de terror, sinto-me reanimado ao pensar que sois minha Mãe. Permiti que vos chame minha Mãe, minha Mãe amabilíssima. Assim os chamo e assim quero sempre chamar-vos. Vós, depois de Deus, haveis de ser sempre a minha esperança, o meu refúgio e o meu amor neste vale de lágrimas. Assim espero morrer, entregando naquele último instante a minha alma nas vossas santas mãos, e dizendo: Minha Mãe, minha Mãe, ajudai-me, tende piedade de mim. Amém

Mãe, eu queria...


Mãe, eu queria entrar convosco,no silêncio do vosso coração;encontrar Deus longe do barulho;sentir a Sua presença em mim,e pedir-Lhe para viver comigo,no concreto da minha vida.
Mãe, eu queria abrir o meu coração ao Espírito de Deus;deixar-me seduzir por Ele;moldar-me por Ele;encher-me d'Ele para dar os frutos que quer produzir em mim.
Mãe, eu queria ser parecido um pouco convosco,neste povo que nasceu no coração trespassado do vosso Filho.Ele é a sua Igreja, de que Vós sois a imagem mais bela, sem defeito nem ruga.
Mãe, convosco eu me consagro ao serviço do Senhor:que se faça em mim segundo a sua palavra e a sua santa vontade.Mãe, cheia de graça, por Deus amada:rogai por mim, velai por mim,sobretudo nas horas sombrias da minha vida.Mãe: olhai para mim, como eu olho para Vós.Deixai-me entrar convosco no silêncio do vosso coração,para acolher as palavras do Espírito,que põe nos meus lábios o cântico novo do vosso Magnificat.

15.2.09

Nossa Senhora do Milagre de Cocentaina



Cocentaina, pequena cidade da Espanha, tornou-se palco de grandes milagres atestando o desvelo da Mãe de Deus para com seus filhos mais humildes!


Uma imagem de Nossa Senhora, pintada, segundo venerável tradição, pelo próprio Evangelista São Lucas, após inúmeros deslocamentos e problemas fixou-se afinal na tranqüila e abençoada cidadezinha espanhola de Cocentaina. Nesse fato pode-se ver uma analogia: através de numerosas provações, chegaremos à nossa meta última que é o Céu.Tal quadro havia sido venerada inicialmente em Jerusalém, do século I ao V. Para evitar sua destruição, quando da invasão da cidade pelos muçulmanos, a Princesa bizantina Pulqueria a trasladou a Constantinopla.Durante 10 séculos a imagem permaneceu nessa cidade, que foi conquistada pelos turcos muçulmanos em 1453. Alguns anos antes, prevendo a iminente invasão, o Cardeal Patriarca Besarión levou-a consigo a Roma, presenteando-a ao Papa Eugênio IV, em agradecimento por tê-lo sagrado Cardeal.Pouco tempo a pintura permaneceu em Roma, pois o Papa, à vista de um desentendimento com um súdito, pediu ao Rei de Aragão que o ajudasse. Este enviou a Roma Don Ximen Perez Roig de Corella, o qual solucionou o problema tão ao agrado do Papa, que recebeu de presente a pintura atribuída a São Lucas. O cavaleiro, simultaneamente, recebeu do Rei o título de Conde de Cocentaina, na Espanha, levando consigo o precioso quadro. Assim, depois de passar pelas três capitais do mundo antigo (Jerusalém, Constantinopla e Roma), a imagem acabou fixando-se num tranqüilo e distante local, onde ninguém imaginaria que pudesse se estabelecer tão preciosa relíquia.O famoso milagre das lágrimas da Virgem SantíssimaEm nenhuma das três grandes cidades onde esteve, consta que a imagem operasse algum milagre, ou chorasse por ocasião dos grandes pecados cometidos pela população, como, por exemplo, o cisma de Constantinopla. O mais curioso porém foi que, pouco após sua chegada a Cocentaina, ela começou a manifestar-se como milagrosa, chorando em virtude dos males que afligiam a cidadezinha. Com efeito, começara então na Espanha uma terrível guerra civil, conhecida com o nome de Guerra dos Comuneros. E Cocentaina teve também que sofrer em meio a este tremendo conflito.No dia 19 de abril de 1520, estava o padre Onofre Satorre celebrando a Santa Missa na capela do Palácio dos Condes de Cocentaina, em presença do filho maior do Conde, Don Guilherme de Corella, quando este reparou que a imagem estava chorando lágrimas de sangue. Primeiro pensou estar enganado, mas terminada a Missa, ordenou fosse o quadro descido do altar, a fim de comprovar o fato. Ao ter a imagem entre as mãos, colocou um dedo numa lágrima que saía de seu olho esquerdo; no contato, a lágrima espalhou-se no rosto.No total, a imagem verteu 27 lágrimas, que ainda hoje se vêem em sua face. Conforme o estilo da época, foi chamado o tabelião, para que fizesse uma ata certificando o milagre. Na referida ata constam 500 assinaturas de pessoas que acorreram a presenciar o milagre.Terá esse milagre chamado a atenção daqueles que estavam envolvidos na guerra civil, atribuindo eles, a seus pecados, o pranto de Nossa Senhora? Não o sabemos. O fato é que a guerra terminou pouco tempo depois.E, para que fosse dignamente venerada a imagem, pela qual a Virgem Santíssima se dignava manifestar de modo tão claro sua dor pelos pecados cometidos, foi fundado posteriormente um Convento de freiras capuchinhas com o nome de Nossa Senhora do Milagre de Cocentaina.Apesar das lágrimas, bondosa concessão: a chuvaApós o milagre das lágrimas, a Virgem começou a ser invocada por ocasião das necessidades da população, especialmente solicitando a chuva, quando havia risco de faltar água para as plantações e de se perder a colheita. Para isso, o povo levava a imagem em procissão, e durante sete dias eram celebradas Missas em honra de Nossa Senhora de Cocentaina . E sempre, antes de terminar a sétima celebração do Santo Sacrifício, chovia. A tal ponto ficou conhecida a imagem por essa razão, que até os muçulmanos residentes nessa região após a reconquista católica a chamavam Senhora da Chuva. E quando sentiam a falta de água, os próprios maometanos suplicavam aos católicos para realizar logo a procissão...Vários milagres retumbantes Deus realizou por meio desta imagem, como, por exemplo, a ressurreição de uma menina que passou 24 horas sob a água, ou permitir que sobrevivesse uma freira que, tendo caído num poço profundo, permanecera horas esperando socorro.No dia 1o de março de 1778, incendiou-se o palácio do Duque de Santisteban, em Madri. Uma cópia da imagem estava na escadaria do palácio, iluminada por um holofote de chumbo. Foi tão terrível o fogo, que o chumbo se derreteu, outros quadros situados acima da imagem ficaram carbonizados, mas a imagem nada sofreu, para surpresa geral. Assim, haveria vários outros milagres a serem narrados. Relataremos apenas um, dos mais documentados, que beneficiaram uma religiosa franciscana do Convento da Cocentaina."Só a imagem original há de me curar"A irmã Maria Margarita de Jesus era freira do Convento do Milagre, em 1693, quando foi atacada por terrível enfermidade. Dores intensas no ventre, nas costas, convulsões contínuas. E até úlceras na garganta, devido aos gritos ocasionados pelas intermináveis dores.Em meio à doença, teve um sonho no qual a imagem milagrosa da Virgem a curava. Por isso, pediu que levassem a imagem até seu leito, uma vez que não tinha condições de ir à igreja. Este pedido era ousado, pois não era costume naquela época deslocar a imagem principal à clausura do convento. Por isso, a Abadessa ordenou que lhe levassem uma das cópias existentes naquela casa religiosa. Em meio às dores, já quase sem sentidos, Irmã Maria Margarita viu a imagem chegar e disse: "Não é esta a que curará, e sim a original".As freiras ficaram consternadas, mas pouco podiam fazer, pois certamente as autoridades eclesiásticas não atenderiam à solicitação. No dia 24 de outubro, a freira entrou em agonia e já não percebia nada. Só nesta extrema situação a Abadessa ousou pedir a autorização. E, para surpresa de todos, por tratar-se de uma moribunda, as autoridades consentiram. Quando a procissão com a imagem se aproximava, a enferma voltou a si e disse: "Já está chegando Nossa Senhora, já estou bem, e nada me dói". Quando o padre que portava a imagem passou-a às mãos da freira, esta disse: "Agora já estou com perfeita saúde e tenho bom apetite". Após vários dias sem alimentar-se, comeu algumas bolachas e pediu para revestir-se do hábito capuchinho para acompanhar a imagem até a porta do Convento. Para espanto dos presentes, ela, que quase não se movia, colocou agilmente o hábito religioso e acompanhou o cortejo. Novamente foi chamado o tabelião, pois todas as freiras, bem como os médicos que presenciaram a rápida e inexplicável cura de Madre Maria Margarita, depuseram atestando o milagre.Atendimento maternal a todos os filhosA história dessa imagem pode ajudar a desfazer uma dificuldade que, infelizmente, muitos fiéis católicos têm em relação a Nossa Senhora. Julgam não serem suficientemente importantes para que a Mãe de Deus deles se ocupe. Ou então, que tanta gente é atendida por Ela, que não sobra tempo para todos.Essa imagem, porém, nos prova o contrário. Se Nossa Senhora quisesse fazer milagres retumbantes, poderia tê-los feito em Jerusalém, Constantinopla ou Roma, todas elas cidades muito importantes, nas quais residem pessoas poderosas. Mas Ela quis, por meio dessa imagem, manifestar seu poder através de milagres, numa pequena cidade desconhecida até na própria Espanha, prodigalizando favores a todas as categorias de filhos humildes.Afastemos então essa tentação, pois Nossa Senhora é nossa Mãe, e cuida de cada um nós mais do que todas as mães do mundo juntas o fariam. Tenhamos em relação a nossa Mãe do Céu uma confiança semelhante à dos felizes habitantes da pequena e despretensiosa Cocentaina

Lutero e Maria Santíssima


Martinho Lutero escreveu um belo comentário do Magnificat de Maria SSma., em que repetidamente se refere à "doce Mãe de Deus" e exalta a SSma. Virgem nestes termos:
"Ela nos ensina corno devemos amar e louvar a Deus, com alma despojada e de modo verdadeiramente conveniente, sem procurar nele o nosso interesse. Ora, ama e louva a Deus com o coração simples e como convém a quem o louva simplesmente porque é bom; quem não considera mais que a sua pura bondade e só nela encontra o seu prazer e a sua alegria. Eis um modo elevado, puro e nobre de louvar : é bem próprio de um espírito alto e nobre como o da Virgem. Aqueles que amam com coração impuro e corrompido, aqueles que, de maneira semelhante à dos exploradores, procuram em Deus o seu interesse, não amam e não louvam a sua pura bondade, mas pensam em Si mesmos e só consideram quanto Deus é bom para eles mesmos. A religiosidade verdadeira, portanto, é louvor a Deus incondicionado e desinteressado".
"Maria - escreve a seguir Lutero - não se orgulha da sua dignidade nem da sua Indignidade, mas unicamente da consideração divina, que é tão superabundante de bondade e de graça que Deus olhou para uma serva assim tão insignificante e quis considerá-la com tanta magnificência e tanta honra... Ela não exaltou nem a virgindade nem a humildade, mas unicamente o olhar divino repleto de graça.(...) De fato não deve ser louvada a sua pequenez, mas o olhar de Deus" (p.561).
Ao observar aquilo que se realiza nela, nós podemos contemplar o estilo habitual de Deus. Enquanto os homens são atraídos pelas coisas grandes, Deus olha para baixo, para tirar de "um nada, daquilo que é Infimo, desprezado, mísero e morto, algo de precioso, digno de honra, feliz e vivo" (p.547).
A Mãe de Jesus, portanto, aparece em Lutero como o puro reflexo do olhar Divino. Ela não atrai a nossa atenção sobre Si, mas leva-nos a olhar para Deus."... Maria não quer ser um ídolo; não é Ela que faz, é Deus que faz todas as coisas. Deve ser invocada para que Deus, por meio da vontade dela, e faça aquilo que pedimos; assim devem ser invocados também todos os outros santos, dei-xando que a obra seja inteiramente de Deus" (pp.574-575).

Do livro "Maria Mãe dos homens" (Edições Paulinas).

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Religioso-5759